A luta de todas as mulheres e as mulheres de todas as lutas 

PorTati Silva

No Dia Internacional da Mulher somos sempre recebidas com textos diversos que definem “o que é ser mulher”. Os adjetivos são os mais variados, passam por força, sabedoria, paciência, gentileza…a questão é que esses adjetivos não descrevem o que é ser mulher, e sim o que precisamos para existir como mulheres em nossa sociedade. Afinal, nossa luta por igualdade de gênero passa necessariamente por todas a marginalizações históricas que que fazem com que a gente viva em uma sociedade tão desigual.  

Aqui no FA.VELA trabalhamos para garantir educação de qualidade e a redução da desigualdade de renda. Sabemos a importância dessas mudanças para a nossa sociedade, mas como elas afetam as mulheres especificamente?  

De acordo com o IBGE, 15.1% dos homens com 25 anos ou mais possuem ensino superior completo no Brasil, já para mulheres essa porcentagem sobe para 19.4%. Quando o assunto é remuneração a porcentagem se inverte: mulheres recebem 21% a menos que homens. Ou seja, mulheres estão em busca de melhores qualificações, mas seguem sendo menos remuneradas. Parece ser óbvio que a remuneração deveria ser calculada a partir das qualificações profissionais, mas a realidade é que precisamos criar leis que garantam que isso aconteça. Para mulheres a educação de qualidade e o fim da desigualdade de renda não seguem de mãos dadas. E para que a gente consiga equilibrar essa balança precisamos, antes mais nada, entender a importância de dar voz, liderança e acessos à todas as mulheres.  

Entendemos que alcançar os objetivos que estabelecemos no FA.VELA  não é possível se a gente não praticar aqui dentro a mesma representatividade que queremos conquistar lá fora. Em nossa equipe, as mulheres ocupam dois dos três cargos de diretoria, três dos quatro cargos de gerência e três dos cinco cargos de supervisão. São mulheres diversas, que batalham igualdades diversas, tanto aqui dentro como lá fora.

E é essa representatividade que nos torna capazes de ouvir, com uma escuta atenta e ativa, e de gerar impacto real. Afinal, lidar com pautas da diversidade se torna muito mais imprescindível quando essas pautas também são nossas. 

Mantemos aqui uma tradição de nos reunirmos para uma rodada de apresentações sempre uma nova pessoa chega à nossa equipe. Os relatos de quem chega são sempre potentes, e em quase todas as vezes ouvimos sobre o sentimento de acolhimento que existe ao se chegar em um local de trabalho cujas lideranças e equipe, de alguma forma, as representam. E isso importa. Afinal de contas, sabemos que é impossível implementar qualquer mudança se as vozes que determinam o que é prioridade e o que deve acontecer ao redor do mundo se manterem as mesmas.   

Construir futuros mais justos e inclusivos passa, invariavelmente, pela luta das mulheres. Por isso, precisamos assegurar as condições e acessos necessários para que mulheres diversas possam se qualificar, ocupar cargos de liderança e serem justamente remuneradas por isso. Sabemos que existem diversas mudanças que precisam acontecer para que esse objetivo seja alcançado, e essa mudanças precisam acontecer agora.

Por isso, deixo aqui a pergunta: como você ou a sua organização agem para transformar essa realidade?   

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