Relatório de Gestão 2022

Nossa vela em 2022 

Nosso relatório de gestão de 2022 está no ar! 2022, foi marcado pela flexibilização da pandemia, retomada de projetos paralisados devido ao Covid-19 e iniciação de novos projetos, colocando em prática os aprendizados do período que tivemos que atuar à distância. Chegou a hora de mostrarmos para todos vocês, de forma transparente, nossos impactos em um ano tão desafiador.  

O Relatório de Gestão é um documento muito importante para qualquer organização. Para um negócio social, como o FA.VELA, é essencial. Isso, porque, é no Relatório de Gestão que as organizações abrem seus números e mostram ao público de forma transparente toda a sua atuação. Então é nesse documento que nós mostramos a todas as pessoas nossos projetos, atuações e, o mais importante, os nossos impactos

2022 foi um ano marcante. Foi bem intenso, desafiador, de muitos aprendizados e cheio de oportunidades devido a flexibilização do isolamento originado pela pandemia do Covid-19. Novamente podendo nos reunir de forma presencial, hasteamos nosso mastro para que nossa vela navegasse pelos mares cada vez mais forte. 

Os desafios do período de isolamento nos trouxeram a certeza que a inclusão digital transforma e é um caminho potente para redução das desigualdades em busca de futuros mais justos. Dessa forma, aumentamos nosso BARRA.CO com o intuito de impactar cada vez mais pessoas e poder atender os mais diferentes públicos. 

Isso porque, a realidade que o Brasil se encontra é bastante desigual, são diversos grupos historicamente vulnerabilizados que ainda sofrem com esse cenário. Pesquisas mostram que em 2021 mais da metade das pessoas que vivem na linha da pobreza são pessoas pretas e pardas. O desemprego também é maior dentro desse grupo. Falando em mercado de trabalho, os salários das mulheres ainda são menores que os salários dos homens. Há uma estimativa de que as mulheres ganham 77,7% do valor que seria pago a um homem pelo mesmo serviço. 

Ainda dentro do cenário de mercado de trabalho, 33% das empresas dizem não contratar pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ para cargos de chefia. 41% das pessoas LGBTQIAPN+ afirmam terem sofrido algum tipo de discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Se fizermos um recorte nas pessoas trans e travestis o cenário é ainda pior. Identificou-se, que 90% de travestis se prostituem por não terem conseguido outro emprego, até mesmo aquelas pessoas que têm boas qualificações.    

A desigualdade é tão discrepante que os 50% mais pobres ganham 29 vezes menos do que os 10% mais ricos. A metade mais pobre no Brasil possui menos de 1% da riqueza do país. Para se ter uma noção quase 34 milhões de pessoas brasileiras nunca acessam a internet, sendo a maioria das classes C, D e E. Quase 87 milhões de pessoas no Brasil não conseguem se conectar todos os dias. Seis em cada dez só entram na rede com telefones celulares.  

Todos esses números nos mostram como ainda há muitos mares para serem desbravados para que possamos alcançar nossos destinos tão sonhados. Esses destinos dizem respeito a um futuro possível, que buscamos alcançar através da Redução da desigualdade (ODS 10) e Educação de qualidade (ODS 4).  

Para conseguirmos atingir esse sonho tão alto, desejamos não somente aumentar ainda mais nossa equipe, mas também capacitá-la e profissionalizá-la. Como buscamos fazer a diferença na sociedade, nada melhor que começar por dentro da nossa casa. Dessa forma, nosso time é formado majoritariamente por mulheres, pessoas pretas e pardas e pertencentes a comunidade LGBTQIAPN+. Fazendo a diferença na vida deste grupo também. 

Por falar em fazer a diferença, para conseguirmos aumentar nossos impactos, queremos capacitar outras organizações para que em conjunto possamos desbravar novos mares. Quem sabe assim, também, conseguimos mudar a mentalidade das pessoas em geral em relação as organizações sem fins lucrativos. Deixar para trás o mito de que sem fins lucrativos significa trabalho voluntário, gratuito e até mesmo inferior.  

Nosso trabalho é potente e precisa ser valorizado como tal. É preciso ressaltar que negócios sem fins lucrativos fazem parte dos futuros possíveis, já que a situação ambiental do nosso planeta, que pede socorro, mostra que a lógica extrativista em que vivemos não faz sentido. Quando conseguirmos mudar essa ideia, atingindo e conscientizando os extremos da sociedade, a mudança realmente será feita. 

Afinal, infelizmente não conseguimos transformar a sociedade sozinhos. É preciso conectar os extremos da sociedade. E para isso, precisamos conscientizar o grupo mais privilegiado da população sobre uma realidade existente no nosso país, mas que para eles parece tão distante ao ponto de não existir. 

Por isso, convidamos a todas as pessoas a acessarem nosso Relatório de Gestão de 2022. Já estamos na metade de 2023, navegando novos mares, mas é nesse momento de reflexão, vendo o quanto já velejamos, que aprendemos e tiramos força para seguir. Em nossa vela sempre há espaço para aqueles que compartilham conosco nossos sonhos. Em conjunto fica mais fácil enfrentar as tempestades. Subam a bordo!

  • Foto: João Souza | Vila do Carrapato – Morro do Papagaio/BH

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