Outubro prateado.

Qual a melhor idade para aprender? 

PorComunicação

As pessoas querem viver mais, mas como é a vida das pessoas idosas no nosso país? A população da terceira idade tem crescido não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Quais são as oportunidades que a sociedade oferece para este grupo de pessoas? Outubro também é conhecido por ser o mês prateado. Aproveitamos o momento para refletir sobre as condições de vida das pessoas 60+ no Brasil. 

O mês de outubro é o mês de celebração das pessoas idosas. Além de homenagear este grupo de pessoas, a data também serve para levantar discussões sobre a terceira idade. Já parou para pensar como é a qualidade de vida das pessoas 60+ no Brasil? 

Antigamente as pessoas mais velhas eram vistas como mais sábias. Sua experiência de vida tinha grande valor para a sociedade, por isso acabavam ocupando o papel de conselheiras. Com a revolução industrial, o valor das pessoas foi associado à sua capacidade produtiva. Dessa forma, as pessoas mais velhas foram sendo vistas pela sociedade de outra maneira. Quando se aposentavam, as pessoas se tornavam “inválidas”, sendo cada vez mais marginalizadas e excluídas. 

Com o avanço da ciência e tecnologia, que gerou a cura de doenças e melhoraram a qualidade de vida, o envelhecer ganhou outro significado. Afinal, chegar aos 60 anos hoje, não é o mesmo que tempos atrás. Podemos dizer atualmente que a idade é apenas um número.  

Por outro lado, ainda paira no imaginário da sociedade uma imagem da pessoa idosa, muito associado ao valor de trabalho, mesmo que após os 60 anos de idade a pessoa seja extremamente ativa, esbanjando saúde. 

A idade 

A idade de 60 anos se tornou um marco, pois era a idade necessária para se aposentar quando a aposentadoria foi criada, em 1960. E em 1994, foi oficialmente definido como início da velhice pela Política Nacional do Idoso. 

Em 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso, com o intuito de garantir a segurança e bem-estar das pessoas idosas, uma forma de proteção aos direitos deste grupo, como a prioridade de assentos e atendimentos. Devido a esses diretos, uma parcela da sociedade tem um imaginário que aposentadoria se trata de férias eternas, um momento para não se preocupar com nada.  

A realidade, entretanto, nos mostra diferente. Quando se tornam idosas, as pessoas acabam sofrendo com preconceitos pela sociedade, encontrando diversas barreiras. O preconceito contra pessoas idosas tem nome: etarismo. Ela pode se expressar por diversas formas, seja por acreditar que estas pessoas “não têm mais idade” para determinada coisa, ou por exclusão no mercado de trabalho. 

Precisamos nos atentar aos problemas sofridos pelas pessoas idosas, já que elas já são mais de 30 milhões de pessoas apenas no Brasil, representando mais de 15% da população brasileira. Há uma estimativa que as pessoas de idade igual ou maior de 60 anos crescerá, chegando a representar 30% da população brasileira até 2050.  

É válido ressaltar que entre este grupo, a maioria das pessoas idosas são mulheres, chegando a 55%. Além disso, os grupos mais ricos no país têm maior tendência a chegarem à terceira idade, mostrando que a expectativa de vida está relacionada as condições financeiras. Outro dado importante de destacar é que 80% da população idosa do país utiliza os serviços do SUS. 

Nesse sentido, já parou para pensar como que estes serviços estão adaptados a população idosa? A resposta é: muitas vezes não estão. O mundo está mudando em uma velocidade cada vez mais rápida. Dentre essas mudanças está o desenvolvimento tecnológico. Como é a relação das pessoas idosas com mundo digital? 

Pessoas idosas e mundo virtual 

Ninguém perguntou como as pessoas idosas percebiam os serviços digitais, o mundo simplesmente mudou e elas foram excluídas. Para se tornar parte da sociedade novamente, estão tendo que correr atrás, muitas vezes sem apoio. Não estamos falando apenas de redes sociais, como forma de manter contato com familiares e pessoas próximas, estamos falando de acesso a serviços básicos, como solicitação de aposentadoria e até mesmo marcação de atendimento pelo SUS.  

Então, quando uma pessoa idosa não tem acesso à internet, ou não sabe mexer no computador ou celular ela está sendo excluída de serviços que deveriam ser seus por direito. Associado a isso, infelizmente, por preconceito, familiares e pessoas próximas não tem paciência de ensinar a este grupo novos conhecimentos. Fazendo com que estas pessoas fiquem à mercê da própria sorte. 

Perifa 60+ 

É por isso que o FA.VELA criou o Perifa 60+, um projeto voltado para pessoas de 60 anos ou mais, que buscam mais autonomia e conhecimento sobre o mundo digital. Além disso, o projeto promove o senso de pertencimento ao também promover a autoestima e saúde mental. Esse ponto é muito importante, já que as pesquisas apontam que a depressão atinge 13% da população entre 60 e 64 anos de idade.  

A primeira edição do projeto já acabou. Dele saíram pessoas de 60 anos ou mais, sabendo utilizar celulares, tablets e em contato com novas tecnologias como drones e impressoras 3D. Socializando nas redes sociais, registrando momentos importantes por meio de fotos e compartilhando estes momentos. Sabendo chamar carros de aplicativos ou pesquisar horários de transporte público. Além disso, foram introduzidos aos serviços digitais da área financeira. Aprendendo a usar os serviços bancário por meio de aplicativo, sempre em alerta para não cair em golpes.  

Por mais que os aprendizados tenham sido muitos, para uma parcela das pessoas participantes da primeira edição o que mais valeu foi a evolução pessoal. Isso vale muito! 

A notícia boa é que a segunda edição já vai começar. Em breve serão abertas as inscrições.  
Então, se você tem 60 anos ou mais, ou conhece alguém dessa idade que possa se interessar, fique de olho! 

É uma oportunidade incrível! Afinal a melhor idade para apender é a sua! 

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