A educação é um fator transformador de realidades. Através do conhecimento é possível ocupar lugares nunca antes pensados, além de proporcionar o desenvolvimento econômico e social das pessoas e dos espaços. Esse conhecimento pode ser adquirido por diversos meios como nas escolas, na convivência em sociedade, na internet. Mas nosso atual sistema nos oferece uma educação inclusiva?
O acesso às escolas e a educação nem sempre é fácil, principalmente nas realidades periféricas do país. O Brasil possui 11,3 milhões de pessoas acima dos 15 anos que são analfabetas, ou seja, não sabem ler ou escrever, conforme pesquisa do IBGE divulgada em 2019. O analfabestismo faz parte do sistema de exclusão social que dificulta a inclusão tecnológica, participação nas decisões políticas e na resolução de problemas das atividades cotidianas. Essa situação afeta as projeções para o futuro, as perspectivas de mudança, a participação social e o desenvolvimento econômico das pessoas.
O ensino vem como um dos pilares para redução da vulnerabilidade social, formando indivíduos críticos e conscientes, estimulando o seu desenvolvimento cognitivo e socioeconômico. Na escola adquirimos desde os conhecimentos básicos até aqueles que vão nos preparar para exercer uma profissão.
Analisando a interseção entre os campos social, político, econômico, cultural, nota-se que nas classes baixas, a inconsistência educacional e o anafalbetismo estão presentes, o que torna o conhecimento uma fonte potencial de mudança, visto que através do estudo são ampliadas as oportunidades e os campos de atuação daqueles que se encontram em uma situação socialmente desfavorável. A educação inclusiva abre portas e mostra os meios para alcançar os objetivos e acrescentar novas experiências, além de mostrar que é possível ressignificar ações e projetos.
A sociedade valoriza o conhecimento que você possui e como você o utiliza na sua vida, mas sabe-se que escolas de qualidade, cursos técnicos, faculdades, entre outros ambientes de ensino nem sempre são acessíveis para uma parcela da população, devido a falta de oportunidades e a baixa condição financeira. Por isso é necessária a ampliação dos espaços de ensino contínuo, que consideram as experiências de vida do indivíduo e servem para agregar novas informações de várias vertentes temáticas.
O conceito de aprendizado ao longo da vida proposto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) complementa essa perspectiva do desenvolvimento do conhecimento com base nas vivências e percepções da realidade ao entorno. A aprendizagem ao longo da vida ressalta que é importante integrar todos os temas na preparação de jovens e adultos para os desafios do mundo. Esse aprendizado é um processo dinâmico e interativo, que visa conscientizar e compreender as desigualdades e os problemas de desenvolvimento, para que seja possível promover o acesso aos direitos e o cumprimento dos deveres.
Estar preparado para os desafios contemporâneos consiste em saber lidar com as adversidades e se adaptar às situações, tendo isso em vista é necessário ter uma ocupação e produzir capital financeiro para manter as condições básicas e viver com dignidade. Nas favelas e periferias devido a necessidade e a falta de oportunidades de emprego muitos se tornam empreendedores e colocam em prática estratégias comerciais aprendidas no dia a dia, a partir do exemplo de outras pessoas que desenvolvem o mesmo tipo de ofício. Esse trabalho é realizado mediante a reprodução de um modelo proposto anteriormente.
É observado que essas profissões são realizadas mesmo sem que as pessoas possuam o conhecimento teórico de empreendedorismo, gestão e marketing adquiridos por meio de cursos ou faculdades. A capacitação vai possibilitar que esses empreendimentos que seguem um padrão, possam se transformar e ser um diferencial dentro daquele ramo de atuação, proporcionando a ampliação e desenvolvimento dos negócios.